Descaminhos: abril 2006

terça-feira, abril 11, 2006

Höre! Höre! Höre! Alles was ist, endet. Ein düst'rer Tag dämmert den Göttern

Talvez o saudosismo de uma certa disposição do espírito que se expressa por trás das críticas à forma com que os tempos se desenrolaram e hão de se desenrolar não seja, de uma perspectiva teórica, a melhor abordagem do problema. Os deuses e a terra precisam estar ainda ali como referenciais eternos para que se fale em uma queda. Talvez a própria idéia de crise seja pouco eficaz. Mais que isso: talvez seja por demais generosa, otimista, quiçá estupidificada. Afinal, as quedas são sempre promessas. Como e a partir de onde dizer que uma cultura se degenerou? De onde vem a autoridade para fazê-lo, de onde fala a voz que aponta a degeneração sem ter sido, ela própria, degenerada?
E não é, afinal, a inexistência dessa voz o grande problema?
"Ihrem Ende eilen sie zu, die so stark in Bestehen sich wähnen".