Uma má tradução reduz, uma boa tradução educa. A má elimina a tensão entre as línguas, a boa a desperta. Um mau tradutor é um comunicador, um bom é um mensageiro. Aquela informa, esta dialoga.
O mau tradutor dissolve no familiar o que é estranho, o bom se torna familiar do estrangeiro. Aquele conhece muitas palavras e tem boa memória, este se esquece metodicamente de si porque aposta em se reencontrar no avesso da estrangeiridade.
Uma má tradução se deve à fama do texto; uma boa, à sua dignidade. A má tradução se reduz a comunicar conteúdos aos que ignoram o original — é socialista; a boa educa, tomando parte nos desdobramentos da missão daquilo que se destina, pela altivez de sua própria natureza, à universalidade — é aristocrática.
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